domingo, 17 de abril de 2011

PIAGET CINE - CISNE NEGRO

Olá, queridos!
Eis o espaço para que vocês coloquem suas impressões sobre o belíssimo filme a que fomos assistir.
Beijos!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Para comemorar o Dia da Poesia...Florbela Espanca!


                                     Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
                                     Do que os homens! Morder como quem beija!
                                     É ser mendigo e dar como quem seja
                                     Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

                                     É ter de mil desejos o esplendor
                                     E não saber sequer que se deseja!
                                     É ter cá dentro um astro que flameja,
                                     É ter garras e asas de condor!

                                     É ter fome, é ter sede de Infinito!
                                     Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
                                     É condensar o mundo num só grito!

                                     E é amar-te, assim, perdidamente...
                                     É seres alma, e sangue, e vida em mim
                                     E dizê-lo cantando a toda a gente!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Mário Quintana...simpatia materializada no Homem...


Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Ah!!!!tormentada vida desse russo brilhante...Fiódor Dostoievski.

    "O amor é mestre, mas é preciso saber adquirí-lo, porque se adquire dificilmente, ao preço de um esforço prolongado; é preciso amar, de fato, não por um instante, mas até o fim."

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Rayuela: "este libro es muchos libros, pero sobre todo, dos libros"...

     Considerado um dos mestres do realismo fantástico, o argentino Julio Cortázar
nos brinda com o "jogo da amarelinha", um jogo de(a) vida, um convite a ver os problemas sob outra ótica, nos dando a oportunidade de jogar...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

"Quem gosta de ler, ponha o dedo aqui!!!

          Resolvi transferir para o post essa seção. Postem o livro de cabeceira de vocês, aquele que se recomenda às pessoas que amam a arte de ler. Eu começo!

1. O evangelho segundo Jesus Cristo, de José Saramago.
     Por que que essa história não pode ser verdade, hein?

2. Fita verde no cabelo, de João Guimarães Rosa.
     Gostosura de releitura do conto da Chapeuzinho.

3. A paixão segundo G. H., de Clarice Lispector.
     Quer enfrentar seus medos??? Então experimente uma massa branca de barata. Uhuhuhuh!

4. Cemitério de elefantes, de Dalton Trevisan.
     Histórias do mestre dos minicontos.

Rayuela, de Julio Cortázar.

Memórias de minhas putas tristes, de Gabriel García Marquez.

Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa.


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Enveredar-se no imaginário real...realizar-se, imaginando veredas...

"Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia."
          Supersticioso, para ele não existiam coisas pares; lutou, resistiu quanto pôde; infelizmente, não tinha o corpo fechado, e como um burrinho pedrês passou para a terceira margem. No púlpito, cantou feito Sorôco; dias depois, findou-se...não morreu: apenas ficou encantado. Enveredou pelo céu-sertão dos anjos-poliglotas, dos santos-médicos, dos arcanjos-diplomatas. E, hoje, tenho certeza, proseia com Deus uma conversa de bois e duela com o demo na hora e na vez...
               Joãozito, desenreda para nós a grande trama da vida que é viver!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Cecília Meireles...a eterna professora...

                                                            Noções
 
Entre mim e mim, há vastidões bastantes
para a navegação dos meus desejos afligidos.

Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que
a atinge.

Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
só recolho o gosto infinito das respostas que não se
encontram.

Virei-me sobre a minha própria existência, e contemplei-a
Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,
e este abandono para além da felicidade e da beleza.

Ó meu Deus, isto é a minha alma:
qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e
precário,
como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e
inúmera...


          Alguém já teve a feliz oportunidade  de conhecer a obra desta magnífica poeta? Dá pra explicar como é possível construir coloridos tão tocantes e inocentes (na obra infantil) junto a melancolias tão profundas e lancinantes (na obra adulta)?   
          Mulher muito à frente de seu tempo!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Clariceando epifanias lispectorianas...decifra-me ou te devoro!

          “Estou sentindo uma clareza tão grande que me anula como pessoa atual e comum: é uma lucidez vazia, como explicar? assim como um cálculo matemático perfeito do qual, no entanto, não se precise. Estou por assim dizer vendo claramente o vazio. E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior do que eu mesma, e não me alcanço. Além do quê: que faço dessa lucidez? Sei também que esta minha lucidez pode-se tornar o inferno humano — já me aconteceu antes. Pois sei que — em termos de nossa diária e permanente acomodação resignada à irrealidade — essa clareza de realidade é um risco. Apagai, pois, minha flama, Deus, porque ela não me serve para viver os dias. Ajudai-me a de novo consistir dos modos possíveis. Eu consisto, eu consisto, amém.”


          Eita mulherzinha tudo de bom!!!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Saramago...que falta faz a nós, eternos cegos ensaiados...

                   
“Escrever é traduzir. Sempre o será. Mesmo quando estivermos a utilizar a nossa própria língua. Transportamos o que vemos e o que sentimos (supondo que o ver e o sentir, como em geral os entendemos, sejam algo mais que as palavras com o que nos vem sendo relativamente possível expressar o visto e o sentido…) para um código convencional de signos, a escrita, e deixamos às circunstâncias e aos acasos da comunicação a responsabilidade de fazer chegar à inteligência do leitor, não a integridade da experiência que nos propusemos transmitir (inevitavelmente parcelar em relação à realidade de que se havia alimentado), mas ao menos uma sombra do que no fundo do nosso espírito sabemos ser intraduzível, por exemplo, a emoção pura de um encontro, o deslumbramento de uma descoberta, esse instante fugaz de silêncio anterior à palavra que vai ficar na memória como o resto de um sonho que o tempo não apagará por completo.” (In: Cadernos de Saramago)